O Artista

Cláudio Pastro

Cláudio Pastro (1948-2016), artista plástico, dedicou-se exclusivamente à arte sacra por 40 anos. Era paulistano, nascido a 15 de outubro, de uma família católica.

Além da formação familiar, teve encontros decisivos na sua vida que o influenciaram definitivamente como cristão e como artista do nosso tempo. Como primícias, tinha o rigor de ir buscar as origens e tradições tanto da própria fé quanto do povo brasileiro. Grande pesquisador, apoiou-se na experiência dos Santos Padres da Igreja e na riqueza do rito oriental.

Para Cláudio Pastro, os três grandes alicerces de sua obra foram:

1. A arte e a fé cristã: Pastro participava das missas solenes no convento das Irmãzinhas da Assunção, onde exercitava a fé e era educado.

2. O Monaquismo: aprimorou-se em arte sacra, seguindo cursos de teologia e aprendendo técnicas de cerâmica na Abadia de Notre Dame de Tournay (França), no Museu de Arte Sacra da Catalunha (Espanha), na Academia de Belas Artes de Lorenzo de Viterbo (Itália), na Abadia Beneditina de Tepeyac (México) e no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Entretanto, é no convívio com o mundo beneditino que o artista foi formado e atualizado: na liturgia, no canto, na busca do belo, no estudo e na contemplação da Palavra de Deus, com os Padres da Igreja, no silêncio, no despojamento e no trabalho manual.

A sua formação espiritual e litúrgica se consolidou nos mosteiros beneditinos da Anunciação e do Encontro, ambos em Curitiba e, especialmente, no Mosteiro Nossa Senhora da Paz, em Itapecerica da Serra, São Paulo.

3. O Concílio Ecumênico Vaticano II: o artista se considera fruto deste movimento que trouxe novos ares à Igreja. Com o lema “Uma volta às fontes” – Ad fonts (Doc. Perfectae Caritatis, n. 2 – 28/10/1965), o Cristo volta a tornar-se a presença e o centro da toda a Igreja e a Palavra era redescoberta e deveria questionar e plasmar a vida do cristão e da comunidade.

Na comunicação com seus inúmeros alunos e seguidores, enfatizava o divórcio existente, na arte sacra atual, entre a forma e o conteúdo. Em seus livros publicados, buscou aprimorar temas que trouxeram à tona os conceitos de Imagem, Espaço Sagrado, e sobretudo, Arte e Beleza, em concordância com os documentos do Concílio Vaticano II.

Em 2001, a convite de D. Aloísio Lorscheider, foi oficializado como o único artista a dar andamento nas obras internas da Basílica de Nossa Senhora Aparecida e, por causa deste trabalho, é considerado o “Michelângelo” brasileiro.